Jesus, o Cristo, foi muito claro nas pregações e ensinamentos que fez, mas nós, no decorrer do tempo insistimos em deturpar, remexer e até anular certos ensinamentos que ele nos fez.
Talvez a simplicidade absurda daquilo que ele disse é o que mais nos incomoda. Todos sabemos que somos regidos, em maioria, pelas forças do Ego e aqui já começa o paralelismo com o que Jesus disse – “não podes servir a dois deuses” – isto ele diz, claramente, por causa do domínio do ego em nossa mente.
E é por causa disto que a simplicidade do que foi ensinado, combinado com as teorias egoicas que reinam em nossa mente, nos fazendo entender de maneira totalmente distorcida certos dizeres.
A dicotomia foi criada pelo ego. O nós contra eles. O atacar para conquistar. A vontade de ter... tudo isto é obra do ego, não é criação de Deus, por isso gera tanta dor.
Ora, se o ego depende da complexidade para sobreviver e se fortalecer, se torna óbvia a tendência dele para nos exortar à não levar em consideração a verdade que está contida na simplicidade do que nos foi ensinado.
EU E O PAI SOMOS UM
É tão simples e tão óbvio que nosso sistema mental tende a rejeitar.
Se Deus tem as características que, poeticamente, adoramos atribuir a ele: Onipotência, Onisciência, Onipresença (e até a Inerrância), devemos concluir que ele sempre existiu. Se ele sempre existiu significa que ele não teve começo e nem fim, ele era tudo que existia.
Em um dado momento, por pura força da sua vontade, “O Tudo que Existia” resolveu que não queria ficar só e criou tudo que há.
Portanto, se ele criou tudo que há e ele antes era tudo que existia, obviamente, ele nos criou a partir dele mesmo. Por conseguinte, concluímos ele se dividiu para que nós pudéssemos existir.
Mas é importante ressaltar que o ato do Criador de “se dividir” não se trata de divisão, mas sim de expansão. Ele se expandiu para que a criação toda fosse contida nele. Isto explica por que, no mundo, não há substituição, apenas crescimento.
Quando nos criou, o Criador, fez apenas um modelo que é o modelo do seu filho. Este filho vem a ser o Cristo, mas aqui está a sutileza, pois este filho não se trata especificamente do “Jesus Cristo”, apesar de este ter sido um Cristo, mas sim, se trata da Consciência Cristica, ou seja, o arquétipo do Cristo, o Arquétipo do filho de Deus Perfeito.
De tempos em tempos as pequenas centelhas da grande fogueira que foram criadas lá no início, vão adquirindo vivência, agregando conhecimento até que deixam brotar esta maravilhosa consciência e se tornam Cristos em Deus.
Este é o destino de todos nós, que em algum momento de alguma vida nos tornaremos Cristos, pois esta é a concepção do filho perfeito de Deus.
Quando reconhecemos esta consciência em nós e quando reconhecemos que somos feitos da substância divina acontece o milagre da Cristificação. Este milagre nos projeta imediatamente para a comunhão total e nos RECONHECEMOS como UM COM O CRIADOR.
Quando Cristo disse “eu e o pai somos um” ele estava dizendo exatamente isto, que ele reconheceu a sua semelhança e a sua unicidade com o criador. E, repito, este é o destino de todos nós em algum momento.
O reconhecimento desta condição, mesmo de forma mental, pode ser um começo desta unicidade e um antecedente da experiencia espiritual.
Abrir mão do sofrimento é o segundo passo, pois se nos reconhecemos como parte e Deus, como partículas do Criador, não podemos reconhecer o sofrimento. O Espírito Santo que vive em nós não reconhece o sofrimento e fica de prontidão para agir em nós quando decidimos dar ouvidos à sua voz.
Quando usamos o termo reconhecer, é exatamente e literalmente isto, pois dentro do nosso espírito, que muitas vezes fica sufocado pela distância do divino, sabemos a nossa verdadeira fonte. Vencer o mundo é exatamente ter isto na mente e no coração.
Nós todos somos um. Cristo nos disse isto há mais de 2000 anos. Ele já sabia que poucos podiam compreender isto, mas ao longo do tempo e inúmeras dores acumuladas, chega um momento que a nossa alma tem um lapso de consciência e tudo começa a mudar.
Se você tem interesse de conhecer esta linda voz que existe dentro de você, comece! Simplesmente comece. Dê ouvidos a ela, se incline a estudar, dirija sua intenção em conhecer o Espírito Santo. Te garanto que, se você convidar, mesmo que seja timidamente, ele terá a maior alegria em ser seu companheiro de jornada.
Com o amor do Espírito,
Valéria