O dinheiro Existe para Circular.
Este é seu principal propósito de existência.
Todos sabemos que tudo que existe, desde as maiores coisas até as mais, aparentemente, insignificantes, possuem um propósito definido. Sejam coisas, pessoas, natureza, conhecimentos, etc., seja físico ou não físico.
O dinheiro representa o conceito de troca e, na sua origem, ele não era uma coisa em si, ou seja, ele era apenas o processo de trocar algo que a pessoa tinha por outro algo que ela precisava naquele momento. O antigo escambo.
Uma pessoa plantava bananas, mas ela precisava de carne de franco, então negociava com quem criava o franco e trocava uma quantidade de bananas por uma quantidade de frango.
Com o aumento da demanda por coisas, a dificuldade de transporte das trocas e também pelo descobrimento de novas necessidades evolutivas, foi criado um símbolo para esta troca. No começo foi sal, evoluiu para moedas de cobra, prata e ouro e depois para um papel específico que representa o valor. Esta evolução possibilitou também que a pessoa primeiramente comercializasse aquilo que ela produzia para depois adquirir o que ela precisava, não sendo uma coisa condicionada à outra, necessariamente.
Com esta forma mais moderna de lidar com o dinheiro ele passou a representar o poder de compra em si. Entretanto antigamente havia uma coisa chamada lastro, ou seja, para se ter uma quantidade de poder de compra em circulação era necessário ter a mesma quantidade equivalente em mercadoria (a última delas foi o ouro). Isto comprovava a existência real do poder de compra.
Este breve resumo histórico dá origem ao dinheiro que conhecemos hoje. Contudo, naturalmente, a maioria das pessoas não conhece a história ou se esqueceu dela. Isto causa um efeito de tratar o dinheiro como o fim em si, ou seja, muitos ambicionam o dinheiro pelo dinheiro, sem necessariamente ter o que fazer com ele.
Com o tempo este propósito da troca foi substituído pela vontade ilusória da segurança. As pessoas ambicionam o dinheiro pela sensação de segurança que elas pensam que ele vai oferecer a elas e não consideram que sua demanda de compras é limitada.
Por exemplo: Uma pessoa que tem uma fortuna de 500 milhões de dólares não necessariamente vai comprar 500 casas de 1 milhão de dólares, também não vai comprar 5 toneladas de roupas ou alimentos. Consumir o limite do dinheiro não faz sentido algum, pois é impossível para um ser humano ter tantas coisas e desfrutar delas, seja ele mesmo ou seus familiares.
O acúmulo de dinheiro se tornou um símbolo de segurança, mas isto também é falso, pois uma pessoa que tem os 500 milhões, que contrai uma doença rara e sem cura, também não terá o como usar este dinheiro de forma útil para sua necessidade.
O dinheiro, enquanto energia e capacidade de compra, precisa circular, pois só assim ele cumpre seu papel que é de proporcionar a aquisição de mercadorias, serviços e outras necessidades das pessoas.
Isto significa que o dinheiro tem um papel extremamente importante que é proporcionar condições favoráveis de existência para que o ser humano possa destinar sua energia à propósitos maiores.
Não há como ter propósitos maiores com o estômago doendo de fome.
Se todo o dinheiro do mundo fosse partilhado de forma justa para todos os habitantes do planeta, não faltaria comida, moradia e segurança para ninguém. Isto proporcionaria um salto evolutivo no mundo.
O acúmulo de dinheiro é uma das origens da estagnação humana.
O acúmulo exagerado de dinheiro não te levará a nenhum acréscimo de felicidade, ao contrário, a ansiedade de se manter o nível de patrimônio, o medo de ser roubado, de ser passado para trás e até mesmo o medo da desvalorização do dinheiro, somados podem trazer até um alto nível de ansiedade e infelicidade para o acumulador.
Este é o propósito do dinheiro. Circular. Gerar riqueza, renda e sustento para todo mundo e a única maneira de ele realizar, isto é, circulando.
Mas não estamos falando de sair por aí gastando tudo ou mais do que se recebe. Estamos falando de gastar com responsabilidade, gastar apenas o que se tem. Comprar apenas o que se precisa e, porque não, planejar um futuro breve. Claro que não existe dinheiro imaginário, não existe fantasia... Ele é apenas uma forma de colocar valor (valorar) o trabalho efetuado e o valor que você gera para a sociedade.
Portanto aqui vai um conselho simples: Valorize seu dinheiro, mas valorize a sua pessoa antes do dinheiro.
Faça do dinheiro um instrumento da expressão de quem você é.
Mas acima de tudo faça-o circular de forma que ele gere valor para a sua vida e a vida das outras pessoas.
Com amor,
Valéria